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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Curiosidades sobre os Afro Descendentes

A presença cultural e religiosa negra é um fato tão evidente no continente americano que pode-se afirmar com certeza que, sem os traços característicos da cultura negra, não se pode definir o específico da cultura latino-americana. Há traços negros na música, na dança, na escultura, nas religiões, nos costumes e no modo de ser das pessoas.
Apesar das contradições e sofrimentos vividos pela população negra desde da época do Descobrimento das Américas, a sua cultura se enraizou e se mantém com grande vitalidade, expressando-se através das manifestações de caráter associativo, tanto no campo cultural quanto no social e religioso.
A classe dirigente latino-americana não assume as culturas populares, ao contrário, procura reduzi-las a mero folclore. Também os canais oficiais de maneira sistemática insistem em fazer com que a cultura latino-americana seja uma desfigurada reprodução da cultura ocidental européia.
Aqui no Brasil a população negra é significativa e nossas raízes, com "o pé na África", como fala a sabedoria popular. A população afro-americana entretanto, proveio de poucas fontes principais da África. A maioria descende de duas grandes culturas principais: Banto e Nagô. Os negros de origem Banto foram trazidos principalmente das regiões de Angola, Congo e Moçambique. Um terço da população negro-africana é banto. Há aproximadamente 500 povos bantos, ou seja, comunidades culturais com civilização comum e línguas semelhantes.
A palavra "Banto" significa "seres humanos, pessoas, homens, povo". As línguas Banto formam um grande grupo, porém com muita semelhança entre elas. São faladas em muitas regiões da África atual: Uganda, Kênia, Tanzânia, África do Sul, Ruanda, Burundi, Zâmbia, Moçambique, Zimbabue, Angola, Zaire, Gabão, Camarões, República do Congo, Malawi, Botswana, Lesotho.
Seria impossível descrever nesse breve espaço tantas particularidades e riquezas dos povos Banto. É importante ter presente que os africanos de origem Banto foram trazidos para as Américas e particularmente para o Brasil procedentes do Congo e de Angola, durante o período da conquista e do desenvolvimento da colônia. Foram distribuídos principalmente no centro litorâneo, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
Outro grande número de afro-americanos e brasileiros tem sua origem na tradição cultural Nagô. O nome "Nagô", que originalmente se referia unicamente a um ramo dos descendentes Yorubá de Ifé, foi aplicado de maneira extensiva a todos os povos Yorubá. Os diversos grupos provenientes da África, principalmente do Sul e do Centro do Daome e do sudeste da Nigéria, são conhecidos no Brasil com o nome de Nagô.
Os Nagô são portadores de uma particular tradição cuja riqueza deriva das culturas dos diferentes reinos de onde eles se originaram. Os Ketu, Sabe, Oyó, Egbá, Egbado, Ijexa, Ijebu exportaram para o Brasil e outras regiões da América seus costumes, suas estruturas hierárquicas, seus conceitos filosóficos e estéticos, sua língua, sua música, suas danças, sua literatura oral e mitológica. E, sobretudo, trouxeram para o Brasil sua religião.
Os Nagô foram os últimos grupos africanos de escravos que chegaram ao Brasil. Isso ocorreu entre o fim do século XVIII e início do século XIX. Foram concentrados nas zonas urbanas do Norte e Nordeste, Pernambuco, Bahia, particularmente nas capitais desses estados: Recife e Salvador. A maioria da população baiana é de origem Nagô.
O comércio intenso entre Bahia e África naquele período manteve os Nagô do Brasil em contato permanente com suas terras de origem. Foi, sobretudo, através da prática contínua de sua religião que os negros nagô conservaram um sentido profundo de comunidade e preservaram o mais específico de suas raízes culturais.
O Banto e o Nagô têm características básicas em comum. Uma destas características é a própria concepção de mundo que fundamenta a cultura. Uma visão de mundo profundamente religiosa, onde tudo tem origem em Nzambi, criador e organizador do universo na tradição Banto, ou Olorum, na tradição Nagô.
Para o Banto, Nzambi (Deus) é a fonte de vida, fundador do primeiro clã humano, causa primeira de tudo o que existe. Para os Nagô, há uma força suprema, geradora de todas as coisas que é Olorum (Deus). Abaixo dessa força existem os Orixás. As religiões tradicionais africanas são o espaço prioritário do relacionamento com a divindade.
Tanto o homem como a mulher africana são seres profundamente religiosos e os locais de seus cultos não são templos suntuosos, mas a "roça" ou "terreiro". É no terreiro que os negros nascidos nessa terra reconstituem um pedaçinho da África genitora e desenvolvem seus conteúdos culturais.
fonte: http://www.rosanevolpatto.trd.br/dancatamborcrioula.htm

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